A tourada à corda é uma tradição única na ilha Terceira, nos Açores, onde se destacam os seus participantes e locais espetaculares.
A história da tourada à corda
Com origens que remontam ao século XVI, a tourada à corda é uma atividade cultural típica da ilha Terceira e representa um importante elemento para a identidade açoriana. Ao longo dos anos, tem-se adaptado e evoluído, mas sem perder a sua essência e relevância popular.
As festividades em torno desta prática estão intimamente ligadas às festas do Espírito Santo, momento em que a população se reúne para celebrar a fé e as comunidades envolventes. O evento está inserido no calendário etnográfico português desde 1920.
O papel das ganadarias na tourada à corda
As ganadarias têm um papel central na organização e manutenção da prática da tourada à corda. Eles fornecem os animais necessários para os eventos e garantem que os touros estejam em condições adequadas de saúde e bem-estar animal.
As ganadarias da ilha Terceira são conhecidas pela qualidade dos touros criados, fruto de um trabalho cuidadoso e respeito pela tradição. Desta forma, selecionam-se os animais com base em características específicas, como força, bravura e agilidade.
Criação dos touros na ilha
A criação dos touros para a tourada à corda começa ainda na infância do animal. É um processo longo, que pode durar vários anos e requer conhecimentos especializados por parte dos criadores.
Para tal, garantem uma alimentação adequada e condições de vida que privilegiam o bem-estar dos animais, proporcionando-lhes pastos espaçosos e cuidados regulares de saúde.
Entrevistas exclusivas com os protagonistas da tourada à corda
Conversamos com algumas figuras importantes do universo das touradas à corda, desde criadores de touros, passando pelos terceirenses que trabalham nas ganadarias até mesmo aos “capinhas” ou moços de forcado, que têm como função proteger e dominar o touro durante a corrida.
O trabalho no campo e as preocupações com o futuro
Um dos entrevistados, José, um criador de touros há mais de 20 anos, destaca a importância do respeito pela tradição, mas também pelas necessidades e condições dos animais. Ele menciona as inovações recentes introduzidas no tratamento e preparação dos touros, como novas técnicas e métodos para assegurar o bem-estar do animal antes, durante e após a corrida.
José também partilha suas preocupações com o futuro desta atividade e sua relação com as crescentes leis de proteção animal e conservação da natureza. “É fundamental que encontremos um equilíbrio entre a tradição e as necessidades do século XXI”, afirma.
O papel dos moços de forcado no evento
Os moços de forcado, conhecidos como capinhas, são os verdadeiros heróis das touradas à corda. Seu objetivo é enfrentar o touro e dominá-lo, utilizando apenas sua força física e destreza para preservar a integridade dos participantes e espectadores.
Falamos com João, um moço de forcado local com mais de uma década de experiência na arte de lidar com touros. Sua paixão pela atividade é evidente: "a emoção de estar tão próximo do touro, sentir sua energia e ser capaz de controlá-la me faz sentir vivo."
- Ganadaria António Gaspar
- Ganadaria Rego Botelho
- Ganadaria da Ilha
- Ganadaria Flor da Selva
- Ganadaria Aveirense
Turismo e sustentabilidade na tourada à corda
O turismo vem se destacando como um fator determinante para a manutenção e valorização das touradas à corda na ilha Terceira. Nos últimos anos, esta prática tem atraído cada vez mais visitantes interessados em vivenciar aspetos culturais únicos e autênticos desta região.
Além disso, a procura por atividades turísticas relacionadas à tradição da tourada tem possibilitado o desenvolvimento de projetos que visam promover um tourismo sustentável, com respeito ao meio ambiente e às comunidades locais.
Neste sentido, são implementadas medidas para garantir eventos mais seguros e preocupações éticas em relação aos animais envolvidos nas festividades, como o uso de materiais e técnicas menos agressivas durante os espetáculos.